22.6.05

Delírio

Lá fora escalda, abafa. O Sol impiedoso agride a cidade e os cidadãos.
As bocas abertas respiram com dificuldade, lembrando peixes indefesos fora de água. As roupas colam-se aos corpos, empapando suores desconfortáveis. A espaços cheira a cominhos, daqueles que não sabem, certamente, para que serve um banho e um desodorizante. As pessoas tremem de cansaço, e vacilam a cada passo que são obrigadas a dar.
Ao longe vejo as deformações da onda de calor abanar os edifícios, tremoer o horizonte. Por perto uma suave brisa impede o inferno e agina o arvoredo. Aqui onde estou fico incólume aos automóveis apenas ao longe circulam. Contudo, os aviões baixos abafam o som dos pássaros, da rega da relva, das cigarras. O seu rugido faz tremer o chão, o prédio, a minha cadeira.
Tanta tremura abana os miolos. A mente voa para longe e evita a concentração que o trabalho exige. O esforço desmoraliza.
O Blog é o descanso necessário para o resto da etapa.

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