Foi assim que foi qualificado por muita gente este filme, por ter sido um dos nomeados ao Oscar de melhor filme. Tudo porque é mais uma produção independente do cinema norte-americano, com reduzido investimento em técnica, e um grande investimento no texto, na interpretação e na intensidade da mensagem.
Assim como o ano passado vibrámos todos com a saga de uma família destroçada em "Little Miss Sunshine", este ano a história que surpreendeu anda à volta de uma rapariga de 16 anos que inesperadamente engravida e não consegue "resolver o assunto" como no seu meio é costume. E avança com a gravidez para entregar a criança um casal do subúrbio endinheirado, onde a vida limpinha e regulada com o chapéu-de-chuva da advogada que assegura a legalidade de uma existência escondem gente igualmente comum, com problemas, dúvidas, e assuntos por resolver.
Pelo meio o humor suave mas incisivo acomoda-se no fio condutor da história que tem uma mensagem a transmitir, afastando-se de qualquer exercício oco de cinematografia. Talvez por isso o Oscar de melhor argumento original tenha premiado Diablo Cody, a escritora deste "Juno".
O filme fica aquém do brilhantismo que em tempos apontei ao aqui já citado "Little Miss Sunshine", mas deixa-nos nas entranhas uma agradável satisfação, muito semelhante ao "Garden State" de Zach Braff, do qual em tempos também aqui falei. Gostaria de distinguir a nota relativamente ao primeiro, mas isso implicaria ficar aquém das 5 estrelas, e 4 é manifestamente pouco para este trabalho. Por isso, nota cinco, é o que é!