Na ressaca Pascal venho pôr a escrita em dia, começando pela área cinematográfica.
Dei um importante passo nesta semana que findou que foi aderir ao KingKard, uma inovação da Medeia e que importa o pagamento mensal de € 13,00, durante um ano, mas que permite ver nas salas Medeia todos os filmes que queira, sem pagar qualquer bilhete. Bom, desde que veja apenas dois por dia (!).
A ideia é boa. Aos preços actuais, basta-me ver três filmes por mês para assegurar o retorno do investimento. Não só me obriga a ir ao cinema, se não quiser perder dinheiro, como incentiva a ver mais filmes, pois já não tenho que pensar se determinada película justifica o gasto do preço do bilhete.
Feita a introdução, foram quatro os filmes que vi durante a época pascal. Ora vejamos.
Comecei pelo desejado Mar Adentro, de Alejandro Amenábar.
Não há palavras para descrever o filme. Mais uma obra a abordar um tema fracturante, desta feita a eutanásia, que segue o seu caminho com tranquilidade, expondo argumentos de parte a parte com uma subtileza admirável e nos faz pensar em tudo o que rodeia o tema.
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Interpretação soberba de Javier Bardem (veja-se na fotografia em tronco nu, ao lado do realizador, interpretando o personagem antes do acidente e depois, na cama, já tetraplégico e vinte e seis anos mais tarde).
Sinta-se a sensibilidade do realizador na fotografia, na música, no ritmo. Depois de “Tesis”, “Abre los Ojos” e “The Others”, não restam dúvidas que o cinema espanhol tem um dos melhores realizadores da actualidade.
Este filme é obrigatório.
Depois, dei um saltinho ao Quarteto para ver um filme que só aí resta em exibição. Regresso a uma sala após ausência prolongada para a encontrar horrível. O som parecia acompanhado de uma fritadeira, com grandes desequilíbrios e flutuações, a tela está riscada e marcada, o que se vê durante a projecção, e todo o cinema evidencia uma decadência que arrepia. Uma localização óptima, e um ambiente cinéfilo que já só encontra rival no King, estão a ser desperdiçados. O Quarteto afasta os clientes, e por isso dificilmente sobreviverá. Lá para o Verão vêm mais oito salas para o Campo Pequeno, e começa a fechar-se o ciclo deste cinema. A menos que alguma distribuidora lhe deite a mão. Porém, após o desaparecimento do Mundial, tenho dúvidas que tal aconteça.
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Quanto ao filme, falo de “Garden State”, escrito, realizado e interpretado por Zach Braff, um jovem de 26 anos que descobri numa série cómica que passava na Sic Radical, de nome “Médicos e Estagiários”, “Scrubs”, no original.
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Zach interpreta um actor que regressa a casa 9 anos depois, para o funeral da mãe. A relação familiar está envolta num nebuloso passado, acentuado pelo consumo de medicamentos do personagem. Perdido na entrada para a vida adulta, encontrará Natalie Portman, igualmente saída da adolescência, e juntos dispõem-nos bem durante o filme.
Não sendo obra de culto, é uma obra promissora para um realizador/autor tão jovem. Fiquem de olho nele.
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Humor alternativo interpretado por Bill Murray, “The Life Aquatic with Steve Zissou”, de Wes Anderson atinge um patamar superior àquilo que o Humor americano nos costuma habituar.
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Paródia que recorda a época de ouro da investigação submarina, divulgada por Custeau caminha na raia do fantástico enquanto aborda as sempre sumarentas relações humanas. Realizado com muita criatividade, traz-nos a acompanha Murray nomes como Cate Blanchett, Angelica Huston, Willem Dafoe ou Jeff Goldblum. E ainda Seu Jorge, actor brasileiro que interpretava o Mané Galinha da “Cidade de Deus”. Aqui, delicia-nos com as suas versões brasileiras das músicas de David Bowie.
A ver, seguramente. E é daqueles filmes que pode perder impacto se for relegado lá para casa, para o espaço fechado de um televisor.
Finalmente, fui ver o aclamado “Sideways” de Alexander Payne.
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Realçando a interpretação de Paul Giamatti, actor com quem simpatizo pelos trabalhos que já vi interpretar, senti-me defraudado com o filme. Talvez por causa de tudo o que ouvi antes. Seria uma surpresa agradável, não estivesse eu à espera de algo muito bom, como foi anunciado aos quatro ventos.
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Tudo espremido temos um filme com momentos brilhantes, outros muito bons, mas ligados por cenas enciclopédicas e rasas, numa história que é uma não-história.
Sem dúvida acima da média para o cinema alternativo americano, mas insuficiente para me encher as medidas. Gostos.
Dei um importante passo nesta semana que findou que foi aderir ao KingKard, uma inovação da Medeia e que importa o pagamento mensal de € 13,00, durante um ano, mas que permite ver nas salas Medeia todos os filmes que queira, sem pagar qualquer bilhete. Bom, desde que veja apenas dois por dia (!).
A ideia é boa. Aos preços actuais, basta-me ver três filmes por mês para assegurar o retorno do investimento. Não só me obriga a ir ao cinema, se não quiser perder dinheiro, como incentiva a ver mais filmes, pois já não tenho que pensar se determinada película justifica o gasto do preço do bilhete.
Feita a introdução, foram quatro os filmes que vi durante a época pascal. Ora vejamos.
Comecei pelo desejado Mar Adentro, de Alejandro Amenábar.
Não há palavras para descrever o filme. Mais uma obra a abordar um tema fracturante, desta feita a eutanásia, que segue o seu caminho com tranquilidade, expondo argumentos de parte a parte com uma subtileza admirável e nos faz pensar em tudo o que rodeia o tema.
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Interpretação soberba de Javier Bardem (veja-se na fotografia em tronco nu, ao lado do realizador, interpretando o personagem antes do acidente e depois, na cama, já tetraplégico e vinte e seis anos mais tarde).
Sinta-se a sensibilidade do realizador na fotografia, na música, no ritmo. Depois de “Tesis”, “Abre los Ojos” e “The Others”, não restam dúvidas que o cinema espanhol tem um dos melhores realizadores da actualidade.
Este filme é obrigatório.
Depois, dei um saltinho ao Quarteto para ver um filme que só aí resta em exibição. Regresso a uma sala após ausência prolongada para a encontrar horrível. O som parecia acompanhado de uma fritadeira, com grandes desequilíbrios e flutuações, a tela está riscada e marcada, o que se vê durante a projecção, e todo o cinema evidencia uma decadência que arrepia. Uma localização óptima, e um ambiente cinéfilo que já só encontra rival no King, estão a ser desperdiçados. O Quarteto afasta os clientes, e por isso dificilmente sobreviverá. Lá para o Verão vêm mais oito salas para o Campo Pequeno, e começa a fechar-se o ciclo deste cinema. A menos que alguma distribuidora lhe deite a mão. Porém, após o desaparecimento do Mundial, tenho dúvidas que tal aconteça.
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Quanto ao filme, falo de “Garden State”, escrito, realizado e interpretado por Zach Braff, um jovem de 26 anos que descobri numa série cómica que passava na Sic Radical, de nome “Médicos e Estagiários”, “Scrubs”, no original.
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Zach interpreta um actor que regressa a casa 9 anos depois, para o funeral da mãe. A relação familiar está envolta num nebuloso passado, acentuado pelo consumo de medicamentos do personagem. Perdido na entrada para a vida adulta, encontrará Natalie Portman, igualmente saída da adolescência, e juntos dispõem-nos bem durante o filme.
Não sendo obra de culto, é uma obra promissora para um realizador/autor tão jovem. Fiquem de olho nele.
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Humor alternativo interpretado por Bill Murray, “The Life Aquatic with Steve Zissou”, de Wes Anderson atinge um patamar superior àquilo que o Humor americano nos costuma habituar.
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Paródia que recorda a época de ouro da investigação submarina, divulgada por Custeau caminha na raia do fantástico enquanto aborda as sempre sumarentas relações humanas. Realizado com muita criatividade, traz-nos a acompanha Murray nomes como Cate Blanchett, Angelica Huston, Willem Dafoe ou Jeff Goldblum. E ainda Seu Jorge, actor brasileiro que interpretava o Mané Galinha da “Cidade de Deus”. Aqui, delicia-nos com as suas versões brasileiras das músicas de David Bowie.
A ver, seguramente. E é daqueles filmes que pode perder impacto se for relegado lá para casa, para o espaço fechado de um televisor.
Finalmente, fui ver o aclamado “Sideways” de Alexander Payne.
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Realçando a interpretação de Paul Giamatti, actor com quem simpatizo pelos trabalhos que já vi interpretar, senti-me defraudado com o filme. Talvez por causa de tudo o que ouvi antes. Seria uma surpresa agradável, não estivesse eu à espera de algo muito bom, como foi anunciado aos quatro ventos.
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Tudo espremido temos um filme com momentos brilhantes, outros muito bons, mas ligados por cenas enciclopédicas e rasas, numa história que é uma não-história.
Sem dúvida acima da média para o cinema alternativo americano, mas insuficiente para me encher as medidas. Gostos.
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