Custa-me ouvir asneiras como esta, pois revelam algo que me preocupa: há uma corrente reaccionária latente que justifica o constante regresso ao "fantasma dos comunas".
Haverá quem acredite que o PCP, aquele partido que luta pela sobrevivência, e eleição após eleição perde peso político, quer pôr em causa a segurança nacional, e se movimenta com propósitos revolucionários? Que o PCP fomenta as greves da PSP e SEF, e as suas reivindicações para que venham a ocorrer distúrbios que ponham em causa o Estado Português?
O discurso de Durão Barroso cheira a bolor e revela a falta de ideias e capacidade de trabalho do PSD. Ao invés de se dirigir aos seus pares com uma mensagem de iniciativa e criatividade, escuda-se num postulado bolorento e que apela ao sentimento primário de uma direita reprimida. Do PAulo Portas ainda esperava uma afirmação destas, mas do primeiro-ministro? Parece que o Durão se tornou um veículo das ideias do Portas...
Não só uma afirmação destas é doentia, como dá relevância a quem a está a perder. E, sim, o PCP tem influência nas greves na medida em que, pelas suas relações sindicais, está em condições de explorar junto dos trabalhadores as suas inseguranças que emergem de uma ruinosa política de emprego, há muito seguida, mas nos dois últimos anos agravada. E o Euro é utilizado, porque o Governo está com as calças na mão por querer que tudo corra bem. Ora, melhor altura para pedir não há que aquela em que o patrão está apertado por outros.
Coisas destas logo pela manhã de segunda-feira deixam-me triste. Triste pela incompetência de quem nos governa.
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