Cubo mágico
Não sei se apareceu ainda nos finais dos anos setenta, mas cero é que foi já nos anos oitenta que a moda pegou em Portugal. Não havia cabeça que não perdesse tempo a tentar resolver o enigma. No programa do Júlio Isidro das tardes de Domingo havia concursos em que indivíduos supersónicos resolviam o quebra-cabeças em segundos. Nos pátios das escolas discutiam-se truques. Obviamente que não havia internet para ir procurar as instruções de resolução. Folhas de caderno rabiscadas, com setas para cima, para o lado, para baixo ensinavam as manobras.
O meu primeiro cubo de Rubik era muito pequeno, era um porta-chaves (!). Recordo-me da euforia que senti quando completei uma face, por raciocínio próprio, e me dirigi ao meu pai a dizer "olha, consegui, já está". Quando ele me disse que não era suficiente, que estava bem, mas era preciso completar as outras faces, senti que estava perante uma tarefa impossível.
Mas horas, e horas, e horas de desafio e lá o "2º anel" ficou completo. O último, só mesmo com recurso a instruções.
Como o tal cubo era mínimo o meu pai comprou-me um dos "grandes". Ainda o tenho lá em casa, na prateleira. Hoje, não faço a menor ideia como se conclui o cubo.
E, apesar de ter um livro com as instruções para a sua resolução, de saber onde tais soluções estão, na internet, o desafio não me cativa.
Numa determinada altura, milhares de pessoas deram uso aos seus cérebros para resolver um desafio lógico, matemático. Hoje, é mais fácil carregar em "on" ou "play".
Sem comentários:
Enviar um comentário