7.9.04

É a loucura

Nem de propósito. No meu último post falava do fim do Verão e da próxima meta temporal que é o Natal e no Público de sexta-feira passada vinha a notícia irreal: ainda durante o mês de Agosto começaram a pendurar, em Lisboa, a iluminação de Natal!!!!!
Banalizar mais o acontecimento só mesmo deixando ficar penduradas todas as luzes de um ano para o outro.
É a loucura.

Entretanto, uma Juíza resolveu deixar ficar mal a classe. Não ponho em causa a fundamentação da sua decisão. Parto do princípio que, tecnicamente, a magistrada está apta a exercer as suas funções, caso contrário seria notada com um medíocre e suspensa do exercício de funções. Agora, não posso admitir é que depois, se aproveite de uma decisão para saltar para a televisão e os jornais. Porque, hoje, me sinto legitimado para pensar e concluir que a sua motivação não foi jurídica e consciente do ponto de vista do exercício das funções, mas sim uma forma de “dar nas vistas”, de procurar o destaque de outra forma lhe estaria vedado.
Bela coisa fez. Certamente será, neste momento, adorada pelos colegas cuja imagem fica colada a alguém que dispara impertinências e leviandades.
É a loucura.

O “barco do aborto” ameaça transformar-se em telenovela. Pela duração e pela falta de qualidade no argumento. Perde Portugal. Fica no estrangeiro com uma imagem de intolerância e prepotência. Por cá aumenta-se a desinformação.
É a loucura.

Os professores gostavam de ter o direito de dar aulas e exercer a sua profissão. É certo que a sua situação incómoda de ter que concorrer todos os anos, sem conseguir ficar na mesma escola (com todos os inconvenientes para os alunos) aos próprios se deve. Com medo de se verem ultrapassados os professores mais antigos apoiaram a actual situação. Claro que quem se lixa é a malta nova.
Porém, a “macacada” criada pelo Ministério da Educação já chateia. É assim tão difícil graduar os professores e distribuí-los pelas escolas? Que raio de programas informáticos têm? E, se querem que tudo seja feito pela internet, não deviam, primeiro, arranjar um servidor decente para responder ao acesso de quarenta e tal mil professores?
É a loucura.

Na Rússia crianças morrem às centenas, metralhadas ou explodidas por terroristas. Isto é verdadeiro terrorismo. Não merece qualquer misericórdia ou compreensão como poderá eventualmente receber a resistência a um invasor ou a luta pela auto-determinação. Quem se propõe tomar como reféns os alunos de uma escola deverá ser esmagado, como é apanágio russo.
Nestes casos posso ser intolerante.
É a loucura.

As férias estão, finalmente, a terminar.
É a triste loucura.

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