20.9.04

Estado TERMINAL

Fui ver o último filme do Spielberg, com o Tom Hanks e a sempre agradável de ver Catherine Zeta-Jones. "Terminal" é o nome do filme. Terminal deve ser o estado da criatividade do realizador.
O filme é de uma simplicidade que se aproxima do imbecil. A história parece ter sido escrita para crianças de idade inferior a 10 anos. As interpretações també. A realização é tão criativa como um aquário com dois peixes. Um bocejo!
As incongruências do argumento saltam à vista. As personagens assumem-se como esteriótipos. São esteriótipos. E passeiam num terminal num estado que poderia aproximar ao coma.
Não via forma do filme acabar... chorando pelo dinheiro do bilhete.
Spielberg... põe-te mas é a fazer filmes bons, como já deste provas de saber fazer.

***

Terminal é o estado de um programa da manhã da rádio que me acompanhou durante anos.
Até 1998, era rádio ouvir rádio. Ouvia meia-hora de manhã, na TSF, para saber das novidades do dia. Depois descobri a nova Comercial, e o Programa da Manhã com o Pedro Ribeiro a apresentar acompanhado pela Ana Lamy e pelo José Carlos Malato. A acompanhá-los aparecia um Nuno Markl fantástico com o seu Homem que Mordeu o Cão.
Ouvia-os a partir das sete da manhã, quando acordava. Continuava a ouvi-los enquanto trabalhava e cheguei a fazer esperar pessoas para acabar de ouvir o HQMC.
Depois, ... depois o Malato e a Lamy saíram do barco. Foi uma machadada que nunca mais permitiu ao programa voar. Importara uma tal de Maria Vasconcellos que sempre detestei. Uma voz que me irritava, uma total falta de tempo, interrompendo tudo e todos, e nenhuma piada. Pedro Ribeiro, que continuo a achar um grande apresentador/realizador de rádio deixou de ter ali ao lado quem lhe desse uma resposta à altura. Markl, disperso por mil e um projectos, deixou de ter piada.
Quando a Comercial mudou de estilo, o programa da manhã em causa foi despachado para uma frequência regional. Só Lisboa e Porto. Depois Coimbra. Será estranho que tenha perdido audiência, se em sítios como Mafra ou Torres Vedras já não eram audíveis?
Confirmei hoje que o programa terminou. Moribundo, sucumbiu.
Ficam na memória grandes momentos que passei a ouvi-los. Aos quatro, nos tempos áureos, seguidos por três horas de música apresentada por Vanda Miranda, cujo rasto também perdi.

Resta-me, há já mais de três anos, creio, o Programa da Manhã da Antena3. Diogo Beja apresenta, Ana Lamy seduz, Peixoto é um repórter que descobre os assuntos mais inesperados, Alexandre Afonso é o melhor comentador desportivo que conheço, para falar em cinco minutos, e Bubu, nas suas Bolas com Creme, é genial e delirante. Longe de estar em estado Terminal, mantêm as manhãs suportáveis, para me acompanhar nas primeiras horas de trabalho.

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