22.9.04

À mão é mais seguro

Não obstante as ameaças de cegueira aos onanistas, cuja tradição se perde nas brumas do século XX, com o aparecimento de novas e incontroláveis maleitas apareceu a mensagem sanitária que anunciou a segurança do acto "à mão", ao invés do recurso à interacção, nomeadamente em ambiente profissional ou desprovido de valores.
O advento da informática e da transmissão de dados a alta velocidade, bem como os aparelhos de realidade virtual propiciaram o nascimento de uma nova forma de fazê-lo, só ao alcance de alguns enquanto se desenvolve para mais tarde chegar a todos.
Foi nisto que o Ministério da Educação investiu: numa solução informática para fazê-lo. Para distribuir os professores pelas escolas como todos os anos faz. Curiosamente, a tentativa de aplicar uma modernice informática redundou num enorme fracasso, pois a entidade particular, uma empresa do Grupo PSD, não conseguiu movimentar os professores.
A Ministra, herdeira da pasta e deste processo, procurou segurar o barco o tempo que pôde. Porém, o fracasso da iniciativa privada tornou-se evidente e insuperável. Solução: se queres a coisa bem feita, fá-la tu mesmo. Nem que seja à mão.
Sempre prezei o trabalho artesanal, valorizando-o face à produção industrial, massiva.

Esta será uma oportunidade para aplaudir a capacidade artesanal da função pública. Isto se conseguirem fazer, em oito dias, aquilo que um programa informático anda a tentar fazer há meses.
Aproveitem para pensar como correrão as coisas no dia em que quiserem informatizar o processo eleitoral, assumindo o voto electrónico. Arrepia, não é?

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