Clint Eastwood continua a ser, para mim, um realizador perdido que de vez em quando encontra o caminho sem querer. Se "Million dollar baby" foi um desses casos de feliz sorte, este "Flags of our fathers" demonstra o quão perdido andará o realizador.
Até admito que para a clientela americana o estilo e a forma sejam recebidos com agrado. Mas para estas bandas... Com a produção de Steven Spielberg reconhece-se nas cenas de acção a experiência do "Resgate do Soldado Ryan" e da série "Band of brothers"recriando o ambiente angustiante de um desembarque durante a 2ª Guerra Mundial. A história é contada, mas sem qualquer golpe de asa que surpreenda ou convença. O recurso a constantes saltos no tempo tem um encadeamento forçado e não é ágil. O olhar lento a que Eastwood nos habituou entra em conflito com toda a acção que se desenrola quer no teatro de operações quer no teatro da recolha de fundos.
Toda a história roda à volta do fortuito episódio de uma fotografia conseguida em Iwo Jima, que correu mudo como uma chama de esperança na vitória sobre o Japão Imperial. O poder da imagem, devidamente descontextualizada, e a manipulação da verdade escondida naquele acto de um grupo de soldados que apenas cumpria ordens mereciam melhor encenação.Ficamo-nos, pois, por um filme mediano, com alguns picos de beleza cinematográfica, e outros vales de angustiante aborrecimento no escuro da sala. Nota três.
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