Já não posso ouvir mais conversas, mais "notícias", mais opiniões sobre o caso do sargento condenado como sequestrador de uma menor de nome Esmeralda. São peças fétidas, manipuladas e manipuladoras, sem rigor, que deturpam a verdade ao bom sabor da histeria comercial de cada meio de comunicação social, da ambição mediática de certos e determinados indivíduos que não perdem uma oportunidade para vir botar faladura, e do desejo que este povo português tem de questionar toda e qualquer autoridade de forma a alimentar a anarquia. Hoje apelidam os juízes de burros e inúteis, pois eles sim, são detentores da verdade ainda que obtida com base no diz-que-disse, mas amanhã serão os primeiros a queixar-se que os juízes fazem muita falta, porque "sim, eles é que sabem".
Enoja-me tanto esta situação, que salta à vista está toda mal contada, que me apetecia obrigar toda a gente a ler e conhecer a verdade, seca, crua, como ela está disponível aqui. Mas depois leio os comentários que foram colocados nesta página e apercebo-me que cada um acredita naquilo que quer, e muita gente quer acreditar que estávamos todos melhor sem juízes, sem tribunais, sem polícia, à boa moda anarca. Até serem vítimas de qualquer coisa, altura em que mudariam de discurso, sem remorsos, reivindicando exactamente o contrário do que até ali tinham defendido.
Nestas coisas do Direito recomendo vivamente que vejam a revista on-line IN VERBIS, e percam tempo a ler, pelo menos as actualidades e os artigos de opinião, sempre que o tema vos interesse. E espreitem os comentários, pois por vezes aí encontramos um curioso barómetro.
Sempre que um tema quente judiciário vier à baila, procurem aqui os factos. É bem provável que os encontrem.
Como neste caso da Esmeralda. Leiam o acórdão, e vejam o que em 2005 o Correio da Manhã noticiava, e como o noticiava. Vejam como o discurso muda ao sabor da corrente propagandística, e como o sargento era então o "mau", e hoje é o "bom", o coitadinho.
Vejam, e pensem. E façam os outros pensar. Porque a merda toda é que já ninguém quer pensar, que isso dá muito trabalho, e é bem mais fácil debitar aquilo que "ouvi não sei quem dizer não sei onde". Decerto ele pensou e sabe bem mais do que eu, julgarão.
Quando a malta se demite da actividade pensadora, está a abrir caminho aos falsos profetas, aos donos de verdades mentirosas, que decerto lhes interessarão... mas nenhum bem farão "à malta".
Estou azedo. Estas coisas fazem-me azia.
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