Já fui claro ao manifestar-me contra a possibilidade de PSL ser PM.
Contudo, a oposição estende-se a qualquer nome que o PSD indique. E porquê?
As legislaturas têm quatro anos. Durante muito tempo, nos primórdios da vigência da actual Constituição da República Portuguesa, vivemos governos que, por dependerem de coligações à direita e ao centro, caíram antes de completar a legislatura, corroídos por desentendimentos internos e perda de crédito público.
Tudo mudou com Cavaco Silva, que foi o primeiro a ousar governar em minoria e, num golpe de teatro politico-eleitoral bem engendrado, demitir-se para forçar novas eleições onde obteve a primeira maioria absoluta. Desde então habituámo-nos a aturar governos de legislatura, para o bem e para o mal.
Até que Guterres, desgastado e agastado, também se demite num claro atirar de toalha para o ringue, impedindo a manutenção de um governo por 4 anos, e iniciando o presente ciclo. É que Barroso leva à mesma situação: ao demitir-se, impede um governo de legislatura.
Caso o PSD indique novo PM que Sampaio aceite, este não irá apenas substituir Barroso. O novo PM apresentará um governo totalmente novo. O resultado das Europeias revelou que o povo eleitor não gostou da actuação recente do partido do governo e, infelizmente, os nosso políticos olham com mais cuidado para as suas hipóteses de reeleição para se perpetuarem na ribalta política, pelo que se avizinham medidas menos coerentes, sistemáticas, mas mais pontuais, populistas.
O que se acentua pelo facto de, se for aceite um novo governo PSD/PP, este estar a prazo, limitado no tempo a menos de dois anos. Um novo naipe de ministros, que demorará cerca de três meses a entrar plenamente em funções, certamente quererá alterar as políticas do governo antecessor, a fim de deixar a sua marca, o seu cunho pessoal. Em menos de dois anos, não terá tempo para obter resultados de políticas reestrurantes, pelo que, e assim ensina a experiência, com a aproximação das eleições, terá que apresentar obra feita. A qualquer custo.
Aqui chegados, sou levado a concluir que os resultados das legislativas de 2002 estão fora de prazo. Já não é útil mantê-los.
É preferível ter novas eleições e legitimar um governo para quatro anos. E, apesar da tendência, actualmente, parecer favorável ao PS, nada impede que tais eleições venham a conferir a vitória ao PSD. E aí, com PSL (livra!) ou com qualquer outro, o PSD poderia ter um governo estruturado para 4 anos, capaz de implementar políticas sem a pressão de novas eleições.
Por tudo isto: ANTECIPADAS, JÁ!
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Uma nota final, esta de satisfação pessoal. Ontem, pelas 15h 16m, alguém que acede à internet pela TELEPAC, foi o milésimo leitor deste blog.
Para uma página pessoal, que se limita a ser o espelho das opiniões de um Urso Polar que alguns dos leitores nem conhecem pessoalmente, acho que é fantástico. A brincadeira espalhou-se pelos amigos, e destes para outros e outros. Por mil vezes alguém decidiu ver aquilo que escrevo.
Estou muito agradecido por me fazerem sentir que não estou a escrever para o vazio da virtualidade informática, mas sim para gente real, que quer ler os meus devaneios.
Obrigado a todos.
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