Não me chocou ou surpreendeu a morte de Sousa Franco. Não era novo e a vida que levava nas últimas semanas não era saudável. Não é saudável a política, pelo menos a portuguesa, em que se vive em stress permanente, a atacar ou a ser atacado. Sousa Franco não era, aparentemente, um homem talhado para a guerrilha política, demolidora e inconsequente. Era mais um construtivo, um pensador de mangas arregaçadas.
Por isso, no início destas eleições recordo ter pensado que Sousa Franco seria um erro à frente da lista do PS. Não o imaginei suficientemente "político" para suportar o embate de uma campanha contra um PSD+PP que arrepiam pela falta de qualidade, brio e educação. Porém, pelos vistos, não fraquejou na parte política, mas foi vencido pelo coração.
Lembro-me de Sousa Franco como o "chato" que no Tribunal de Contas, chamava à razão os governos cavaquistas.
Lembro-o também o "chato" que no primeiro governo de Guterres controlou a despesa dos restantes ministros, preparados para embarcar nas mais demagógicas aventuras financeiras.
Agora lembrá-lo-ei como mais um mito que se criou: o homem que morre em plena campanha, à saída de um mercado.
Tenho pena que poucos homens do seu calibre existam no deserto de ideias da política portuguesa
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