28.9.04

Anos '80 - 80 memórias (4)

ZX Spectrum



Hoje qualquer miúdo vibra com emoções virtuais muito realistas que Gamecubes e Xboxes ou o próprio PC lhe proporcionam. Mas não foi sempre assim.
Em 1982 apareceu o ZX Spectrum. Evolução do Sinclair "qualquer coisa", do qual ainda vi um exemplar, o Spectrum foi o primeiro computador a generalizar-se nas casas portuguesas. Um colega ainda teve a versão inicial, de apenas 16k, mas o mais comum foi a versão com o triplo da capacidade: o 48k.
Nunca tive um destes aparelhos, mas juntos dos amigos ele era comum, e por isso marcou-me, como a toda uma geração.
Foi em 1984 que tive o primeiro contacto com a máquina, em casa de um colega. O primeiro jogo que joguei foi o Jet Set Willy. E que horas de diversão passei teclando naquela caixa preta com teclas de borracha cinzenta, ligada a um pequeno televisor a preto e branco. As teclas tinham inúmeras indicações, pois o basic era a linguagem usada .
Quer isto dizer que, para carregar um jogo ligava-se ao computador um gravador (mono) que usualmente era daqueles rectangulares, com abertura para as cassetes por cima, e aí se colocava a fita onde estava a programação. A seguir, teclava-se load " " enter, às vezes seguido de code e esperava-se.
A música de fundo era igual ao som que hoje ouvimos no telefone se ligarmos para um número de fax. Abelhinas irritantes zuniam enquanto o jogo carregava. Os mais completos, que iam ao limite da capacidade do computador, chegavam a demorar 4 ou 5 minutos a carregar. Se tudo corresse bem, e não fossemos traídos por um tape loading error que nos obrigava a reiniciar o processo, podíamos passar horas agarrados ao aparelho.
Jogos como Penetrator, Jet Set Willy, High Noon, Manic Miner, Chuky Egg, Pac Man, The Way of the Exploding Fist, F1 Manager, Winter, Snooker, com gráficos elementares, preenchiam o universo virtual. Jogos de plataformas, simuladores, estratégia... de tudo havia. Hoje são recuperados para telemóveis.
Com o tempo passando já se podia ir para a sala ligar o computador à televisão "grande". Ganhávamos a cor. Mas, nem assim, a maquineta substituía a vontade de ir para a rua. De viver ao ar livre, ou de, ficando em casa, jogar jogos de tabuleiro, de cartas.
Até que, um dia, deixou de interessar. Tornou-se obsoleto e acabou nas arrecadações e sotãos. Mas uma coisa garanto: o 48k demorou mais tempo a tornar-se obsoleto que um qualquer Pentium III.


1 comentário:

Anónimo disse...

Bem... esses nomes até fizeram formigueiro... Acrescento o Atic Atac, o Bomb Jack, Flag, Cruising, Jumping Jack, Bruce lee....