27.2.06

Homicídios e a expiação da culpa

Depois dos Globos de Ouro, dos Bafta, e na aproximação aos Óscares, a febre do cinema continua. A minha febre, diga-se. De tal forma que este fim-de-semana fui ver mais dois dos nomeados, filmes recentes que têm sido alvo das mais diversas apreciações.
Comecei pelo
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de Steven Spielberg. Mudado o estilo, mantém-se a vontade de fazer filmes que marquem as consciências de quem os vê. Basta lembrar o Império do Sol, o A lista de Schindler ou Em Busca do Soldado Ryan, com diferentes olhares sobre uma realidade já muito batida no cinema. Nesses filmes senti algo de diferente e fui tocado pela visão do realizador.
Em Munich isso não aconteceu. O filme é, sem dúvida, bom tecnicamente. Mas há qualquer coisa que deixa a desejar. Em meu entender a abordagem ao tema deixa-se cair numa série de clichés, de ideias feitas. A parte da discussão do problema está encoberta pela acção, e quando emerge vem vestida de conversa de café. Não há profundidade. Não vi o filme como "tendencioso", para o lado israelita ou palestiniano, mas sim navegando em águas do politicamente correcto, evitando por isso explorar as fracturas temáticas relevantes.
Comparado com o Syriana, Munich deixa a desejar. E tinha tudo para ser melhor.
Ainda assim, recomenda-se o seu visionamento. Aliás, um filme tem que ser mesmo, mesmo mau para avisar que não vale a pena ir vê-lo. Naturalmente, não chegámos a tanto com o último filme de Spielberg.
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O meu comentário ao segundo filme vai ser parco. Porque o fui ver na sessão das 00h 30m, o que foi um erro. Porque o filme roda calmamente, com muita ponderação, a um passo lento nada estimulante para quem está com sono. E, por isso, não consegui dedicar a melhor atenção ao filme. No fim, saí com a sensação que havia falhas pelo ritmo demasiado lento, sendo que as pessoas que estavam comigo diziam o contrário, mostrando-se muito satisfeitas com o filme. Acho que quem estava lento era mesmo eu. Por isso, o melhor é aproveitaro KingKard e ir vê-lo de novo, para poder fazer justiça ao filme
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Pensando bem, a dor do escritor que se propõe romancear uma realidade, à qual se une emocionalmente e que nunca mais termina para poder encerrar a obra está muito bem retratada. Mas, repito, é melhor não falar mais. Vejam por vós, que eu pretendo fazê-lo de novo.

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