No último sábado fui pela primeira vez, finalmente, brincar às guerras em Paintball.
Há anos que se desenvolvem actividades destas em Portugal, e desde o início da sua divulgação quis juntar um grupo para ir experimentar a brincadeira. Sem sucesso. Desta vez, a pretexto de iniciar uma despedida de solteiro, os "gajos" foram libertar energias para o campo de paintball.
Onze tipos num cenário porreiro de mato e velhos edifícios de um abandonado hotel, com diversos jogos para levar a cabo. O objectivo era mesmo andar aos tiros, pelo que não havia "eliminações permanentes" e quem "morria" só tinha que ir ao "hospital" por uns minutos para voltar a entrar no jogo.
Que vos hei-de dizer? Foram 3 horas muito bem passadas, de tensão, excitação, exercício físico, sucessos e insucessos. Fez-me recordar as tarde de criança, quando corria o mato a brincar às guerras com o meu amigo de infância, o Tanaka (Rómulo, de seu nome). Só que agora tinha na mão uma arma capaz de projectar bolas de tinta longe e com força. E, volta e meia, lá se ouvia alguém gritar "Estou morto! Estou morto!", colocando a borboleta na ponta do cano e retirando-se do campo de batalha.
Eu levei com duas bolas logo no primeiro jogo, porque as senti, mas nenhuma rebentou. Logo, nunca "morri". São assim as regras.
No segundo jogo o meu grupo teve um estrondoso sucesso. Mas no terceiro, muito cedo levei uma bola mesmo no meio dos olhos. Por isso mesmo usamos umas máscaras incómodas mas muito seguras. O impacto foi estrondoso e lá morri e tive que ir para o "hospital". Durante o resto da tarde ainda "morri" mais umas duas ou três vezes, sempre por balas que atingiram a arma (também conta). No fim do dia, todos viemos com histórias para contar, cansados, doridos, e com vontade de regressar.
Diz quem anda nisto há vários anos que o paintball é viciante. Uma pesquisa na internet fez-me descobrir um universo que desconhecia, onde se gastam fortunas em equipamento, e onde os marcadores de paintball (pelos vistos não gostam de lhes chamar armas) são tão variados que encantam. Temos aqueles que revelam a optimização de uma forma comum, até à réplicas de armas da Segunda Guerra Mundial ou das actuais Uzi, Kalashnikov ou M16. Vi preços desde € 120,00 a € 1.500,00. E há torneios onde se leva tudo muito a sério.
Por mim, contento-me em ir outra vez para a brincadeira com um grupo de amigos. Por € 15,00 - € 20,00 passa-se uma excelente tarde.
E evitem-se comparações com a verdadeira guerra. Isto está muito mais próximo dos jogos de computador do que das detonações mortais. A única diferença é que queimamos muitas calorias, arfamos e ficamos cansados.