Em mais uma produção da Incubadora d'Artes, a Count Basie Orchestra esteve em Portugal, no Campo Pequeno, para um concerto com alguns convidados, a saber Carlos do Carmo, Camané, Manuela Azevedo, Maria João e Lula Pena.
Os músicos são, sem dúvida, bons. Sabem o que fazem e a grande maioria fá-lo há muitos e muitos anos. Há naquele grupo gente que corre os palcos já muito antes eu ter nascido.
Os convidados... abordaram o concerto de forma muito diferente. Carlos do Carmo assumiu-se como crooner, uma versão lusa de um Sinatra já velhote. Foi traído pela incapacidade de soar bem em inglês, por evidente falta de domínio da língua que cantava. Camané não quis, ou não conseguiu, esconder que é fadista. As músicas que cantou vieram entoadas com o fado que lhe corre nas veias e a mistura não é para todos os ouvidos. Apesar de admitir que é original e poderá haver quem muito tenha gostado, eu não gostei.
As senhoras, pelo seu lado, estiveram muitos furos acima dos cantores masculinos. Lula Pena foi incrível, ficando a tristeza de só ter cantado um tema. Melhor ainda foi Manuela Azevedo, fabulosa em palco, com uma interpretação carregada de força e dinamismo como a vocalista dos Clã está habituada a pôr em palco. E, finalmente, Maria João. A única que verdadeiramente jogava em casa, foi, mais uma vez, inesquecível. Um monstro vocal que interpreta os temas de forma inimitável a que junta um presença em palco igualmente arrepiante.
Mais uma vez, parabéns à produtora pelo excelente espectáculo que ofereceu ao público que optou por se deslocar à praça de touros do Campo Pequeno.
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