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Há muito que o homem era uma sombra de si, amputada que lhe foi a guitarra dos seu braços. O génio calou-se e sofria ao ouvir-se, eternizado nas gravações de outrora. A guitarra portuguesa teve de abandonar o quarto onde o Mestre passou os últimos anos, nada verdes. Porque não podia vê-la e sentir a impotência de a acariciar convenientemente, para que libertasse os poemas presos às suas cordas. Não podia ouvir-se pois sabia que não fora perfeito, e que se o corpo o deixasse, ainda se aproximaria mais da utópica perfeição.
Hoje faleceu Carlos Paredes. O corpo. O espírito.
O músico falecera havia doze anos.
A música ficará para sempre. O Homem e a sua memória também.
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