2.7.04

Não quero acreditar que o facto está consumado

PSL foi eleito presidente do PSD num orgão da estrutura partidária, que nem sei bem qual é, mas no qual apenas três de cem votos foram contra tal ensejo. O discurso das hostes laranjas (não, não é da Holanda) defendem hoje que não pode haver dissolução do Parlamento e que este senhor é o ideal para nos governar nos próximos dois anos.
As suas contradições são tão manifestas, entre o que hoje dizem mas há dois anos defendiam depois de Guterres se demitir; na forma como sempre se opuseram a Santana Lopes e hoje o bajulam; na forma como se agarram ao poder de forma desalmada, imoral e incompetente, como uma lapa contaminada com crude.
Pacheco Pereira foi, ontem, extremamente claro e perspicaz, como nos tem habituado. Vejam aqui o que escreveu, não obstante só ter encontrado o link no Abrupto, pois, vá lá saber-se porquê, no Público On-line não havia maneira de aceder ao texto.
Diz um amigo meu, e cada vez mais tenho que concordar com ele, que só é pena o Pacheco Pereira ser de direita, porque a forma como vê as coisas é tão clara que até chateia que esteja tão certo.

Recuso-me a aceitar que PSL será PM, e o facto já está consumado. Ainda tenho fé que o PR assuma que a sua eleição para Presidente de todos os Portugueses dependeu do voto da esquerda e ponha fim a este embuste. Porque, se nem à direita, no eleitorado que pôs Barroso e Porta a governar, há consenso, se a esquerda está toda contra a solução, duvido que possa haver estabilidade política para pôr PSL a chefiar um Governo.

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