20.7.04

A banhos de cultura

Mais uns dias de férias, e mais uns momentos de lazer.
Em três dias li “Forrest Gump” de Winston Groom. Nunca vi o filme, com o Tom Hanks pelo que a história foi lida como uma novidade. Literariamente, não é grande coisa. Como entretenimento, ajuda a passar o tempo.
 
Voltei a ir ao cinema. Desta feita ver o “Wilbur quer matar-se”, de Lone Scherfig. 
  

 

A realizadora já é conhecida de um filme ligeiro que em tempos por cá passou, o “Italiano para principiantes”. Sinceramente, não obstante ter bons momentos, é mais um daqueles filmes que se vê sem esforço, agradéveis no momento, mas que não deixam nada mais no espírito. Cedo será esquecido.
Também  ajuda a passar o tempo, mas fica-se pelas duas estrelas.
 
 
Agora, cinco estrelas foi o concerto de ontem de Ute Lemper. Só teve um defeito... foi curto. Muito curto. Apenas cerca de hora e meia, com encore incluído, é pouco para um bilhete de € 35,00.
Porém, Ute Lemper enche o palco com a sua voz, com a sua movimentação, passos e trejeitos, e uma conversa de cabaret em inglês, francês e alemão, línguas pelas quais vai saltitando, como foi saltitando na sua vida.
Pelo meio elogiou Fátima Lopes, estilista da qual envergava um vestido, elogiou o nosso vinho, dizendo que não o encontra à venda no estrangeiro “You don’t export enough” disse, e não disse adeus, mas sim até breve.
Excelente.
 


De Ute Lemper o disco que mais gosto é mesmo o “Punishing Kiss”, mas ouvi-la nos temas dos musicais da Broadway, ou de Kurt Weil, ou em francês é uma experiência adorável. Para quem não conhece, recomendo que experimente ouvir. 
 
Não posso deixar de comentar é a figura triste de alguns espectadores. Com a conivência dos arrumadores, que não fecharam a sala depois de iniciado o espectáculo, tivemos gente a entrar para a plateia, incomodando quem ali chegou a horas, até à terceira (!) canção.
Não contentes com a façanha, um casal de velhos, sim, velhos, que se sentou duas filas à minha frente durante a terceira (!) canção, não desligou o telemóvel que começou a tocar insistentemente sem que o conseguissem desligar, interrompendo, repito, interrompendo, uma canção, pois a Ute não conseguiu ignorar o ruído, assim como o não conseguiram as outras centenas de espectadores.
Vergonha.
 
Amanhã, dia 21, será a vez dos Mão Morta, no Fórum Lisboa.

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