13.3.06

Crash - Colisão

As pessoas vão à procura da colisão só para interagirem umas com as outras. Esta é uma das ideias deste fantástico filme
Image hosting by Photobucket
A conquista do Óscar para melhor filme permitiu-lhe um segundo fôlego e assim consegui encontrá-lo novamente nas salas de cinema por onde passara numa má altura. E em boa hora assim aconteceu.
Com um casting apurado, vemos os personagens evoluir em tramas paralelas que aqui e ali se entrecruzam, mostrando o cadinho cultural que é Los Angeles. Porém, ao contrário daquilo que estamos habituados a ver, e sabemos acontecer, em N. Y., onde por entre os prédios as divisões culturais se esbatem integrando-se o indivíduo na urbe, L.A. é uma cidade dividida. Brancos ricos, brancos pobres, negros ricos, negros pobres, hispânicos, orientais, iranianos (que não árabes), cada qual segue o seu caminho, invejando ou ignorando aqueles por quem passa, com preocupações diferentes, visões diferentes, e sem sequer interagirem voluntariamente.
Daí a colisão. Apenas com a colisão os personagens parecem viver. Seja tal colisão o resultado de um acidente rodoviário, de um roubo, de um furto, de uma discussão, de uma morte, um destino.
A trama evolui consistente, coerente, filmada por mão segura e criativa. As interpretações estão todas ao mesmo nível: bom.
E assim se faz um vencedor dos Óscares, que este ano não tiveram medo de premiar uma obra polémica. É que o tema abordado pelo filme não foi tratado com branqueamento, mas sim de forma crua porém imaginativa.
Não só é um filme a ver, a não perder, como o julgo mesmo obrigatório.

Sem comentários: