9.11.04

Anos '80 - 80 memórias (17)

Beta e VHS

Apareceram em força nos anos oitenta e vieram mudar os nossos hábitos de vida. Primeiro os Beta e depois os VHS, e durante algum tempo discutiu-se qual seria o formato melhor. Discussão fútil pois o Beta foi completamente obliterado e quem gastou dinheiro num desses aparelhos ficou agarrado a um inútil monte de tecnologia.
Pensando bem, apesar de me lembrar das cassetes beta, mais pequenas, não me recordo de qualquer leitor deste formato.
Mas ficou o VHS. A cassete que nos dava filmes a ver, por preços irrisórios, em comunhão com os amigos.

O primeiro filme de vídeo que vi, em casa do meu colega de carteira da escola, foi o "Desaparecido em Combate", com o Chuck Norris. Meia dúzia de putos no 8º ano a ver um filme de porrada e violência gratuita.
Com o aparecimento dos vídeo-clubes, aos poucos a ida ao cinema em grupo começou a ser substituída pela ida a casa de fulano para ver um filme. Dividia-se o aluguer da cassete, ou das cassetes, e passávamos horas a ver filmes.
Graças ao vídeo, vi os primeiros filmes porno, aos quais alguém sempre conseguia deitar a mão. Mas também filmes decentes, e variados, de Bruce Lee aos clássicos. Alguns anos mais tarde, as sessões tornavam-se nocturnas e prolongavam-se pela madrugada, o que chegou a dar-me problemas por chegar a casa tarde, sem avisar, apenas porque me deixei ficar a ver mais um filme...

Como de costume com as novas tecnologas, foi já tarde que o meu pai comprou o vídeogravador (aliás, hoje tem um leitor de DVD porque eu e a minha irmã lho oferecemos o ano passado). Com o aparelho, passei a poder gravar os programas "bons" da televisão e que, em regra passavam fora de horas e sujeitos a intervalos que chegavam a ter vinte minutos. Mas, então, já estávamos entrados nos anos '90 pelo que é uma memória de outra década.

Ainda hoje não dispenso o VHS, para gravar aquele programa que quero ver e não posso. Normalmente séries que estou a acompanhar. Pouco mais. Os filmes foram definitivamente adoptados pelo formato DVD e vê-los em VHS, sem aquele som que o digital proporciona já não é compensador. Pressinto que, brevemente, o formato de gravação em disco rígido será a solução generalizada para gravar o tal programa que não queremos perder.

Ainda assim, como podem ver pelo que vou escrevendo, não prescindo de ir ao cinema. Ainda que hoje, ver um filme em casa esteja muito longe daquele "Desparecido em Combate". Mas nada oblitera a memória daqueles aprelhos que apareceram com cassetes muito grandes e nos proporcionaram uma alternativa de hábitos.

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