11.11.04

Anos '80 - 80 memórias (18)



Quem não se lembra deles? A melhor série de desenhos animados dos anos oitenta (bastante imparcial, não sou?) e que, ainda hoje, é espectacular.
Recordo-me de ter uma camisola de alças, com aquela cor castanha-esverdeada, que a minha mãe queria fazer desaparecer, mas que tinha a minha resistência por causa do Conan. Era um ídolo. As suas emocionantes aventuras enchiam as brincadeiras nas tardes solharengas e ainda hoje são inesquecíveis.
O arpão. O mergulho durante uma eternidade, tal a sua capacidade de suster a respiração. As quedas gigantes. Segurar-se apenas com os dedinhos dos pés. Os gritos: "LANAAAA!!!", "CONAAAAAAN!!!", "JIMSYYYYY!!!", "OGI-SAAAAAN!!!"

Em Julho de 2008 deu-se a III Guerra Mundial. A utilização de armas magnéticas colocou a Humanidade à beira da extinção. Metade do Mundo desapareceu pois a crosta terrestre partiu-se, a Terra foi desviada do seu eixo, e os continentes foram divididos e quase integralmente afundados nas profundezas do mar...
Um grupo de pessoas tentou fugir para o espaço mas a nave caíu, despenhou-se numa pequena ilha e assim sobreviveu miraculosamente à devastação.
Conan nasceu e cresceu na ilha. Foi a primeira vida pós-holocausto para aquele grupo e uma centelha de esperança. Anos depois, só Conan e o seu avó adoptivo estão vivos, isolados na ilha. Conan tem capacidades físicas incríveis e uma impulsividade, ingenuidade e bondade modelo.
Contudo, com o aparecimento de Lana na ilha tudo se altera. Conan é exposto à vida que existe para lá do oceano, em Indústria, onde ainda há tecnologia, armas e um desejo de reactivar as fontes de energia que alimentaram as armas que um dia destruíram o mundo.

Conan, O Rapaz do Futuro é uma mítica série criada em 1978 por Hayao Miyazaki, o realizador da hoje badalada "A Viagem de Chihiro" e acompanhou o fim da infância no início dos anos 80.

Recentemente lançado em DVD



de imediato comprei a primeira caixa. Já saíu a segunda caixa, com o resto da série, e já a tenho na prateleira, à espera de oportunidade para a começar a ver.

Os primeiros treze episódios foram revistos, estes anos depois, com um prazer incrível. Hoje sou incapaz de ver apenas um episódio de cada vez, pelo que fico a pensar como aguentava, naqueles tempos, durante uma semana para saber o que se iria passar no episódio seguinte.
Mas também me apercebo de motivos para as actuais mentes decisoras optarem por não repor a série. Conan sofre agressões brutais para um míudo, por vezes gratuitas. Jimsy bebe e fuma. Lana, de apenas 11 anos, é cobiçada pelo comandante de um navio que por ela está apaixonado... Hoje em dia tais abordagens não ficam bem na programação.

Mas ficam bem no DVD. Rever os episódios e admirar a qualidade da animação e a emoção das aventuras. Recuperar uma memória que, volta e meia, aparecia nas conversas. Quem, ao falar dos desenhos animados dos anos oitenta, deixou de fora o Conan? Só alguém muito distraído.

Um dia destes vou buscar outras animações. Há, pelo menos, mais uma tão inesquecível como esta. Quem adivinha?

1 comentário:

Anónimo disse...

Custou mas finalmente encontrei! Eu sou dos anos 90, e a única cousa que me lembrava era que envolvia armas magnéticas, muito agradecido pela publicação, de outra forma não sei se alguma vez mais voltaria a encontrar esta série!