17.11.05

Questões de peso

Não obstante estarmos a chegar ao Inverno, este Urso Polar não irá hibernar. Logo, não está a investir na "engorda" para aguentar meses sem comer. Pelo contrário.
Cheguei ao ponto em que o peso se estava a tornar um problema. Recorri a ajuda médica, porque é mais fácil fazer algo que um médico nos diz, do que respeitar a opinião inúmeras vezes ouvida da boca de leigos.
Nos últimos dois meses perdi 13 quilos. E que foi que fiz? Deixei de comer fritos, doces, refrigerantes, e passei a comer pequenas quantidades de comida durante o dia para não comer tanto às refeições. Bebo ainda mais água e regressei ao ginásio (com altos e baixos quanto à frequência).
Os resultados imediatos surpreenderam-me. Rapidamente passei a flutuar na roupa que agora parece enorme. Não deixo de pensar que maus caminhos trilhava.
Não é só a questão estética, que naturalmente também conta. Este ano, na praia, pela primeira vez senti que a barriga estava maior do que devia para quem tem a minha idade... É a saúde. O cansaço por exigir ao corpo aguentar-se com o peso excessivo. Do coração em esforço. Da coluna vertebral (e uma hérnia de estimação) sempre sobre pressão. O ressonar que se acentua, tornando as noites menos pacíficas. O acordar logo em esforço.
É tão fácil sermos obesos. Tão difícil evitá-lo. Felizmente, pelo meu médico são permitidas prevaricações "em dias de festa". Caramba!, em Outubro imensa gente fez anos...
Nestes tempos recentes de dieta, olho de forma diferente para as pessoas que me rodeiam, com quem me cruzo na rua, nos transportes. E que vejo eu? Cada vez mais excessos.
Parece que apenas há dois tipos de pessoas: os que não se ralam e são obesos, progressivamente mais quanto maior a idade; e os que se preocupam e são tão magros, demasiado magros, com um ar frágil e débil.
Ou seja, o que deveria ser o normal, o ponto de equilibrio, é conseguido por uma minoria.
Oiço notícias dos encargos para a saúde derivados do peso. Cardíacos, respiratórios, ósseos, diabetes, falência de orgãos, e estranho a inexistência de um plano nacional que lute contra aquilo que já é uma epidemia. Assim como se combate o tabaco, a droga, o álcool; assim como se divulga a luta contra o cancro, a SIDA, a recente gripe das aves, dever-se-ia investir na luta contra a obesidade, o sedentarismo, a inércia.
E obrigar as pessoas a olhar com desconfiança para a comida que diariamente nos é oferecida nos restaurantes, cheia de fritos, massas folhadas, carnes gordas, açucares e chocolates, e refrigerantes.
Eu sei que sabem bem. Mas com o tempo, tornam-se hábitos maléficos.
Até há dois meses eu não prescindia deles.

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