18.10.04

Anos '80 - 80 memórias

Jogos de Arcada

Já aqui falei do Spectrum, e de como o mesmo foi a porta para os jogos de vídeo/computador, nas nossas casas. Porque já antes do Spectrum tínhamos os salões de jogos.
Durante os anos 80 ir ao salão de jogos era a única forma de ter um jogo aliciante, realista (dizíamos nós então), com uma velocidade, música e cor insuperável em casa. Mesmo quem tinha o Spectrum não abdicava das máquinas. Até porque, muitas das vezes, o computador da Timex estava ligado a uma velha e pequena televisão a preto e branco.
O primeiro jogo que alguma vez joguei numa máquina é apenas uma memória difusa. Teria no máximo dez anos e encontrei-o no Sargo Bar, um café na praia da Parede. Custava 5 escudos o jogo (com uma daquelas moedas da caravela). Basicamente o jogador era um cangurú com luvas de boxe que despachava murros em macacos e desviava-se das maçãs que os macacos lhe lançavam, saltando de plataforma em plataforma até uma jaula onde um cangurú pequeno esperava ajuda.
Deixei de comer alguns gelados para poder saltar e dar murros virtuais.
Mais tarde, com o snooker e os matraquilhos, vieram as outras máquinas. Aquelas que me levaram algum dinheiro contam-se pelos dedos: Out Run (o Ferrari descapotável que era guiado muito depressa); Tetris (que doença); Double Dragon (porrada neles, com facas bastões, garrafas e que no início jogava a dois mas, depois, porque acabávamos o jogo com facilidade, passámos a jogar a solo); e o Golden Axe (outra versão de porrada neles).
Jogos de futebol, muito concorridos, nunca foram o meu forte. Jogos de aviões ou naves que iam por ali fora sempre a disparar e que tinham de apanhar bónus e mais armas e combustível, também não eram muito aliciantes. Já não vivi os tempos do Space Invaders, mas o Pac Man ainda me deu umas dores de cabeça. Porrada. Nisso é que eu gostava de jogar.

Depois, com o passar dos tempos, os jogos tornaram-se muito mais caros e difíceis (ou eu mais lento e agarrado ao dinheiro) e perderam o interesse. As máquinas de jogos parecem cada vez mais simuladores, com efeitos especiais e preço a condizer.Quem tenha hoje uma consola em casa tem jogos incríveis que pode jogar vezes sem conta sem se preocupar com a moedinha para o jogo seguinte. Porém, a verdade é que já não pode dar o pontapé ou o murro na máquina que volta e meia saía e podia levar ao "convite" para abandonar o salão de jogos.

Hoje em dia, moedas só mesmo para os parquímetros... e esses nem dão bónus, vidas extra ou prazer algum...
Ficam na memória as velhinhas máquinas com jogos de arcada.


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