13.10.04

A praga dos "quatro piscas"

Quem se desloca em Lisboa conhece-a.
Só desde 15 de Setembro comecei a circular diariamente em Lisboa e já estou pelos cabelos com a praga dos "quatro piscas". Especialmente desde que começaram as aulas, pois então começaram a ser mais frequentes.

É algo que se encontra por todo o lado, mas junto às escolas parecem cogumelos. Quando chega a hora de recolher os putos, toca de parar o veículo na faixa de rodagem, ligar os "quatro piscas" e vale tudo. A avenida, que até ali tinha duas vias na faixa de rodagem passa a ter uma. Quem vem atrás tem que mudar de via, o trânsito concentra-se, espreguiça-se pelas artérias e, num fósforo, está entupido por todo o lado.
Lá na frente, junto à escola, outro pai carinhoso estaciona em segunda fila, com os "quatro piscas" à frente do primeiro prevaricador. Sai um, mas outro fica. E outro, e outro, e outro. Quem quer passar desespera. E os papás, quando regressam ao carro, querem logo entrar na fila para ir à vida, ficando impacientes se os outros condutores, irritados com a demora, não lhes cedem a entrada na única fila de trânsito que os "quatro piscas" permitiram.
É impressionante a falta de respeito. Avenidas com três, três!, faixas de rodagem são reduzidas a uma !!, porque há "quatro-piscas" à esquerda e à direita.
Há ruas, com um sentido apenas, e espaço para uma só faixa, que são entupidas por alguém que parou para "ir só ali". O "só ali" daquele palhaço pode custar um compromisso a quem vem atrás. Mas para eles é perfeitamente natural. Porque ligaram os "quatro piscas".


Quando tanto se multa e bloqueia por não ser pago o bilhete do parquímetro, ou por se deixar o carro em cima do passeio (o que é positivo, para educar o condutor e punir o prevaricador), é incrível como não vejo nenhum gajo em segunda fila, e com os "quatro piscas" ser multado. Aliás, já me apercebi de gente a estacionar assim, dizendo ao polícia que está por perto que não demora nada, pois vai "só ali", e o polícia acede com um "despache-se". Se na altura não há problema porque não vêm outros veículos, por vezes, em dois, três minutos, está gerada a confusão.
Moral da história: carro estacionado em segunda fila, era imediatamente "abatido". Um tiro através do capot em direcção ao motor, fazendo com que já não saísse dali senão no reboque que de imediato era chamado. Porque caso contrário, ao chegar o reboque, já o tipo conseguiu escapulir-se.
Assim, quando o pessoal ficasse sem o animal rodoviário, rapidamente aprendia a cumprir as regras e a respeitar o próximo.

(O.K., admito que um tiro é coisa muito forte... Eh pá, mas façam qualquer coisa!)

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