29.12.08

Artes e considerações várias para não dizerem que me esqueci de escrever aqui

Em quadra natalícia muito se pode fazer para passar o tempo. Teatro e Cinema foram opções. As compras poderiam ter sido outra. Senão, vejamos.
Pela Companhia Teatral do Chiado "A arte do Crime" é um registo diferente daqueles a que aquela companhia nos tem habituado. Com interpretações de Emanuel Arada, Simão Rubim, Vanessa Agapito e encenação de Juvenal Garcês esta é uma peça que nos envolve pela sua proximidade e entusiasma pelas interpretações, com destaque especial para o excelente inspector retratado por Simão Rubim. Porém, o texto não respira a intensidade que se exigia e o desenrolar da acção acaba por ser previsível e deixa-nos com um gostinho a pouco. A encenação, sóbria e corrente, não conseguiu acrescentar à peça aquilo que lhe falta desde a sua escrita. As interpretações também não.
Por tudo isso, e concluindo, esta não é uma peça que esteja ao nível de tudo o mais que já vi representado por esta Companhia. Ainda assim, são duas horas de teatro bem passadas.
Este interregno teve igualmente direito a cinema. Já o disse e repito: sou um grande apreciador de ficção científica. "O dia em que a terra parou" é um clássico, já com uma antiga adaptação cinematográfica e algumas televisivas. O extra-terrestre que vem acompanhado de um super-robot para salvar o planeta Terra da praga humana que o está pôr em risco (originalmente de um pesadelo nuclear, agora actualizado para o pesadelo ecológico) e se depara com a natureza humana que tem por hábito destruir o que não percebe é um clássico.
A sua actualização não passa disso, uma actualização das imagens, dos efeitos especiais, da problemática. O filme é bonito, mas pouco mais. Continua a ser um filme pouco criativo. Reservem-no para o DVD que nada perderão. Este leva a nota 3 ali no limite mínimo. Apenas porque não compromete todo o conceito original. Restam as compras. O El Corte Inglès anunciou numa campanha massiva que ia fazer uma queda brutal de preços nos dias 26 e 27 deste mês, ou seja, as vésperas do início da época de saldos. A camapnha foi bem orquestrada e muita, mas mesmo muita gente foi lá.
Ao que me disseram, a única coisa que se via era a antecipação dos saldos, com muitos descontos de 30% (apenas) ou produtos que nem tinham desconto. Tudo era comprado, indiscriminadamente. A massa acéfala recebeu e absorveu a informação de que os preços estariam baixos. Nem sequer se dignou a confirmar a veracidade da informação, nem mesmo com o produto na mão. Os espanhóis facturaram muito. Eu perdi 15 minutos para, vindo a Av. Calouste Gulbenkian, entrar na Av. de Berna, no sábado, às 16.30, porque o trânsito para os lados do El Corte Inglès era de loucos e congestionava toda a Praça de Espanha e seus acessos.
Assim se vê quão acéfalas são as massas.
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Para as bandas de Israel e arredores faz-se um Natal diferente, uma passagem do ano como sempre... em guerra aberta. Uns lançam rockets mas não gostam de ser atacados. Outros são atacados com rockets e respondem com bombardeamentos extensivos. Mais do mesmo.
Creio que será preciso um extra-terrestre que ameace aquela gente com a extinção total para que se deixem de guerrear. E mesmo assim, seguramente alguns ainda pensariam que valeria a pena desde que não sobrassem nenhuns dos "outros".
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Nota final: o Pai Natal satisfez o meu segundo pedido do ano passado. 'Brigadinhos!


3 comentários:

A Tendinha disse...

Macau também está cheia de gente, não se respira. Mas felizmente não há o grande corropio às lojas como há aí (há pouco mais do que o habitual) e conseguem fazer-se as compras de Natal sem grandes stresses. Sempre me aborreceu o corropio e a confusão dos saldos, acabamos sempre por comprar coisas inúteis.

Há bocado fui aos filmes, o que é que eu trouxe, deixa cá ver...
- 007 - Quantum of Solace
- Babylon A.D.
- My Blueberry Nights

O teu Pai Natal não se portou mal... ;)

Bom Ano!

Anónimo disse...

Assim se vê quão acéfalas são as massas

engraçado... se calhar, não deviam votar...

Urso Polar disse...

Cada um faz a análise e tira as conclusões que entender. A sua, pelos vistos, foi questionar a democracia.
Eu mais facilmente optaria pelo esclarecimento das massas cultivando o saber em detrimento do espectáculo e do efémero brilho daquilo que apenas interessa aos fazedores de dinheiro.