8.11.08

Ordem para matar

Durante muitos anos via os filmes de James Bond no cinema por curiosidade, por hábito, sem nunca me deslumbrar. Ficava satisfeito q.b. com o gostinho de fantasia irreal, o misto de humor e acção que, ainda assim, não encantava.
Com a adopção de Daniel Craig como 007 e um regresso às origens na narrativa do percurso da personagem, o famoso agente (pouco) secreto renasceu transformado numa máquina imparável de violência, à solta num mundo negro. A sofisticação de meios e "gadgets" deu lugar à brutal intervenção de um verdadeiro assassino, que faz jus ao "00" e que tem problemas em lidar com os "maus" de forma suave e discreta. 
O mundo mudou. E James Bond, neste Quantum of Solace, também prossegue na mudança de paradigma que os produtores tinham assumido em "Casino Royal". 
A história passa-se no momento imediato ao fim do filme anterior e segue um fio de narrativa que deixa antever que o próximo filme, já na calha, manterá a exploração do tema. Neste, Bond continua a correr, lutar, acelerar, fugir, perseguir, a matar vilões que não sabem quando parar, tudo sob a égide de um futuro incerto que uma organização desconhecida, não referenciada, ameaça criar. Mais uma vez o vilão é apenas parte de um todo, desconhecendo-se igualmente onde se encontra na pirâmide hierárquica dessa secreta sociedade.
Mas Bond vai começar a esgravatar à superficie e a desencantar algumas informações para nos aguçar suficientemente a curiosidade para desejar, já, mais filmes da série. Ao contrário do antigamente, ao acabar de ver o filme, só queria mais. Mais acção do agente secreto mais famoso de sempre. Mais.
Sem dúvida, um filme para nota máxima.

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