Aos poucos tornara-se um indivíduo fechado em si próprio.
Com frequência apercebia-se de que não dissera uma palavra, a alguém que fosse, durante o dia todo. Sentia-o quando chegava a casa e falava para o gato e a voz escapava-se-lhe pois as cordas vocais estavam secas, caladas.
Também... cada vez menos havia quem interessasse ouvir, a quem interessasse falar. A realidade era muito mais viva na sua cabeça que no espaço que o rodeava.
Por isso escrevia. Escrevia. Escrevia.
E aí dizia o que queria sem ter que falar a alguém.
1 comentário:
Parece que já estive neste conto, parte II.
Lindo, continua;-)
Enviar um comentário