29.1.13

Rápido

À porta de casa viu a carreira a dobrar a esquina a três quarteirões. Correu apressado até à paragem, agitando os braços para o motorista. Este, habitual àquela hora, esperou uns segundos para que ele entrasse, ofegante. Trocaram cumprimentos matinais e ele foi colocar-se estrategicamente junto da porta de saída. 
à chegada à estação, olhou insistentemente, a cada dez segundos, para o relógio de pulso. Assim que as portas se abriram largou a correr. Tinha menos de um minuto para apanhar o comboio, e já o ouvia a chegar, abanando os carris e a estação. Entrou em cima da hora, já o sistema hidráulico fechava as portas. 
Em todas as paragens do percurso preocupou-se com o tempo perdido, olhando para o relógio e contabilizando se demoravam aquilo que o horário previa. À chegada, voltou a ser primeiro a sair, na primeira porta da primeira carruagem. Correu então pela gare, pelas escadas rolantes que desciam à nova gare, conseguindo apanhar o metro que se preparava para largar, três minutos antes do próximo.
Quando chegou ao emprego, faltavam quarenta minutos para as nove, hora a que começaria trabalhar. Ficou esse tempo em pé, ao frio e vento, à espera que o patrão chegasse para abrir a porta.

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