Com um enorme peso nos ombros caminhava pelas ruas que pisava todos os dias. À sua volta tudo era negro, cinzento, baço.
Punha um pé à frente do outro como um condenado que é levado para o cadafalso. Mas avançava, apesar de não ser empurrado por qualquer verdugo. Era ele próprio quem se obrigava a caminhar.
Quando viu a porta da oficina suspirou fundo e sentiu na garganta um nó que lhe empurrou uma tremura pelo corpo. Suspirou.
A vida não podia ser isto. Não podia ser só isto. Dez horas diárias disto. Mais o resto, sozinho naquele apartamento escuro.
A vida não podia ser só isto. Escravo de si mesmo.
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