Afinal o dia até foi correndo bem, e arranjei um tempinho para falar dos dois filmes que vi este fim-de-semana. Dois grandes filmes. Filmes bons, sólidos, muito bem interpretados e que dão por bem aplicado o tempo despendido no seu visionamento.
Clint e Hilary já não é apenas o casal Clinton.
Clint Eastwood a realizar e interpretar e Hilary Swank a estrelar formam uma parelha com direito a ser lembrada no futuro. "Million Dollar Baby", a última realização de Clint "Dirty Harry" Eastwood é um filme de uma criativade, sensibilidade e emotividade notáveis, que me fez esquecer o aclamado "Mystic River" que tão má memória deixara (sim, eu não gostei particularmente desse filme).
Clint atrás da câmara mostra dominar as técnicas clássicas do cinema, a arte de contar uma história, mostrando-a. Do outro lado da lente mostra quão longe está dos tempos de "do you feel lucky today, punk?", assumindo a idade que tem de forma que o seu personagem é igualmente velho.
A seu lado, Hilary Swank volta a estar ao seu melhor (lembram-se de "Boys don’t cry"?) e enche o ecrã com o seu vigor, a energia e emoção que deposita numa personagem solidamente construída. Ainda assim, preferia que o Oscar tivesse caído para a "Vera Drake"...
Este filme está acima da média, e caberá no saco dos filmes de culto, particularmente se falarmos de boxe. Felizmente o filme não é só sobre boxe. É sobre a vida, os sonhos, a realização pessoal e os fantasmas do passado.
É sobre Clint e Hilary.
O Cinema Ávila permite-nos ir ver filmes que saíram de circulação e que, por uma razão ou outra, deixámos escapar. Foi o caso de "Diarios de motocicleta" (Os diários de Che Guevara) de Walter Salles.
Belíssimo retrato da América do Sul, e com estatuto de fidelidade factual, este filme revela a viagem que terá pesado muito na definição do que "Che" Guevara veio a ser. O futuro guerrilheiro é soberbamente interpretado por Gael Garcia Bernal num filme de grande beleza humana e paisagística.
Sem dúvida, a ver.
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