Aproveitando o ciclo de reposições do cinema Ávila fui ver o "The Brown Bunny", de Vincent Gallo que me tinha escapado o ano passado. Ciente da polémica que rodeara o filme, ia preparado para o melhor e para o pior, tal a disparidade de comentários e críticas que então lera.
Hoje, visto o filme, ainda não sei como o classificar. É, sem dúvida um filme estranho, tal como o seu criador.
Ao longo da minha vida de cinema, apenas por uma vez saí da sala sem ver o filme até ao fim. Uma vez. Foi com o filme "Ossos", de Pedro Costa. E até conheço gente que gostou mesmo do filme. Eu, porém, não aguentei e abdiquei do resto da projecção.
Pois bem, se estivesse sózinho a ver o " The Brown Bunny" tinha saído da sala aí pelos 20, 25 minutos.
Ainda bem que fiquei.
A história é boa. A realização imaginativa e com uma fotografia de qualidade elevada. A contemplação sossega, apesar da incompreensão que nos assola durante o correr do filme. As interpretações... minimalistas. Agora, acho que cabia tudo numa curta-metragem, para aí com meia-hora. No filme, tudo é esticado para lá do tempo que julgo adequado. Mas, afinal, é Vincent Gallo quem decide e eu um mero espectador. Mas até a célebre cena de sexo oral vai para lá do necessário, num exercício de pornografia explícita cuja função é muito discutível.
Vincent Gallo é um tipo estranho, e isso revela-se no seu trabalho.
"The Brown Bunny" é um filme estranho.
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