Uma das coisas que me dá grande prazer é estar à volta de uma mesa, com uma boa refeição, rodeado de amigos, ou apenas conhecidos, que sejam bons conversadores.
O ritual gastronómico é tanto do meu agrado que o cultivo o mais que posso, apesar das actuais dificuldades para o fazer, neste dia-a-dia que nos ocupa.
Vamos por partes. Eu gosto de uma boa tertúlia. Tenho especial prazer em estar envolvido numa boa conversa, ouvir histórias, contar histórias, discutir opiniões. Já não gosto, porém, quando os intervenientes se exaltam e tornam tão emotivos que começam a gritar e a tentar impôr os seus pontos de vista. Mas, normalmente, encontro-me perante conversas agradáveis. Mesmo quando aparecem pessoas desconhecidas até então, que por via de amigos comuns se juntam à tertúlia, a dinâmica mantém-se, até sendo muitas vezes melhorada. Não sei se já repararam mas quando conhecemos muito bem o nosso interlocutor, já discutimos com ele tantos temas que acabamos por saber a maioria dos seus pontos de vista.
Outra coisa da qual gosto muito é comer. Por mais que me tente mentalizar para uma cada vez mais óbvia necessidade de perder peso, sou completamente inábil para gerir uma dieta, pois gosto de refeições longas e apetitosas, cheias de coisas que, aparentemente, "fazem mal".
O ideal é, sem dúvida, juntar as duas coisas. O repasto e a tertúlia. Com bom vinho a regar a comida, e o relógio esquecido para não interromper.
Um restaurante particularmente bom para esta combinação chama-se "O Carlos" e situa-se em Benagil, no Algarve. É o único restaurante que conheço que é membro da "Slow Food Association". Serve apenas jantares (convém marcar mesa, ou não se passa da porta) que começam pelas 20.00 horas e que acabam para lá da meia-noite.
Em casa, gosto de estar à vontade à volta da mesa e nem me aperceber das horas que morrem no prato e na palavra.
Qualquer dia fundo uma tertúlia gastronómica.
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