17.1.13

Há dias assim.

Assim que entrou no átrio do prédio ouviu-o miar furiosamente. Já adivinhava a sua chegada.
Subiu os dois lanços de escadas e abriu a porta de casa. Os miados vinham acompanhados de violentas cambalhotas que dava, tão contente estava. Com o bichano a cruzar-se com os seus pés, roçando-se nas calças, alcançou o quarto onde largou o casaco, as chaves, a carteira, o telemóvel. 
Então baixou-se, pegou na quente e fofa bola de pêlo branco e negro e abraçou o gato com amor. Deitou-se cheirando o pêlo quente e sentindo o pesado ronronar que rapidamente o embalou.
Começou então a chorar.
Há dias assim.

1 comentário:

Ouriço-Cacheiro disse...

pois há (e ainda bem).