13.1.05

Cheira mal. Cheira a podre

Hoje passa nas notícias o "hino" do PSD para as eleições, inspirado e dedicado a PSL. Credo!!!, que coisa horrível e pirosa. Nem na pior das feiras de Verão da terrinha mais pequena, ouvi coisa assim.
Pavoroso.


Entretanto, a história das "férias" de Morais Sarmento demonstra o desnorte de quem ainda nos governa. Pelos vistos, pretende o Ministro que toda a viagem se justifica por causa de negociações estratégicas. Contudo, o tempo a estas "negociações" dedicado foi irrisório.
Mas há mais. Em causa estava uma possível concessão à Galp de direitos de exploração de petróleo, dizem. É surpreendente que seja este Ministro (porquê ele) a avançar para as "negociações" quando o próprio Ministro que tutela a empresa nada sabe.
Então, neste Governo, um Ministro invade assim a competência do outro? Sem coordenação e estratégia?
A explicação segundo a qual o Secretário de Estado estava a par não convence. Especialmente quando o Ministro diz que tudo se passou para aproveitar a viagem do seu colega Sarmento. então, em que ficamos? Este aproveitou a viagem de negócios para fazer umas férias, ou uma viagem de férias para fazer uns contactos de negócios?
Certo é que o Sr. Ministro não podia ir nas carreiras comerciais e teve que fretar um avião... É tudo tão mais fácil quando o dinheiro que se gasta não nos pertence.

Entretanto, Sócrates vai brincando de Primeiro-Ministro, a ver se se habitua ao posto. Porém, falar só não chega. E escusar-se ao debate só demonstra que teme a popularidade e demagogia de PSL.
Se importamos tanta treta dos americanos, porque é que não importamos os modelos de debate que eles têm nas eleições presidenciais?

A PJ quer que se acabem as "prendas" na função pública. O que são as "prendas"? São a corrupção generalizada, instalada e acomodada. A empresa, o particular, o engenheiro ou o arquitecto, o solicitador ou o advogado, o contabilista, o doente, na repartição de finanças, no tribunal, no notário ou na conservatória, na câmara ou na direcção-geral no hospital ou no centro de saúde conhecem os funcionários por lá irem amiúde. Então, deixam as prendas pelo Natal, pelas férias, ou naquela altura especial. Do ofertório simbólico à "gratificação" pelo serviço prestado. Tudo tem o mesmo nome: corrupção. Podridão. Porque nada justifica o tratamento preferencial de uns, aqueles que se movem pelos estreitos corredores alternativos, se todos deveremos ser iguais perante a administração pública

E que dizer da novela dos clubes de futebol que há anos andam a enrolar o pagamento das suas dívidas ao fisco mas, contratam, descaradamente, jogadores novos?
A falta de espinha dos governantes para contrariar os barões da bola e seus adeptos é tão mais grave quando se fala em aumentar os impostos por termos falta de receita.
Por mim, fosse o Benfica, o Sporting, o Porto ou o "Cascalheira de Cima" a dever, avançava para a execução fiscal sem contemplações. E se isso importasse a falência do clube, ou a perda de jogadores e eventual descida de divisão, tanto pior... O empresário que se deixa enrolar no mar de dívidas e falha os pagamentos do IVA que recebe para assegurar o pagamento dos ordenados, é punido por crime fiscal. Com os clubes, para haver moral, tinha que haver o mesmo rigor.
Estou, mesmo, farto dos chulos da bola.

Tristemente, os cães vão ladrando. Porém, desta forma, já nem a caravana passa, e creio que atascámos na mole areia das dunas de onde não conseguimos sair. A este ritmo, resta-nos o "carro vassoura". Como foi que viemos parar aqui?

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