22.3.05

À prova de bala


Algo suspreendente foi o episódio ocorrido na Amadora e que levou a vida dois agentes da PSP. Algo vai mal na abordagem policial das zonas de risco.
Ao intervir em áreas de risco, os agentes da autoridade têm que estar preparados para que as "coisas corram para o torto". Devem ter e usar coletes à prova de bala, por mais desconfortáveis que sejam. E devem estar com a atenção a 110% como se costuma dizer, antecipando os perigos e evitando colocar-se em situações de risco injustificadas. Tal como a GNR esteve no Iraque, sempre à espera do pior.

Veja-se o caso deste fim de semana. Três polícias não conseguiram abordar correctamente o tipo que sobre eles disparou. Porque, uma aproximação em segurança, com a devida cobertura recíproca de três agentes, teria permitido revistar o sujeito e tirar-lhe as armas que detinha.
Depois de matar um dos agentes, fugiu para o carro. Os outros dois, por muito preocupados que estivessem com o colega, tinham que ver o que o assassino fazia. Mas não, viraram-lhe as costas, e foram os dois olhar pelo colega caído e permitiram o regresso do criminoso para sobre eles disparar.
Segundo a infografia que vi na televisão, é igualmente impressionante como ele consegue matar o segundo agente, e o terceiro polícia, à distância a que estava, não o atinge com os disparos que fez.
Um agente da PSP faz tiro uma (!!!) vez por ano. Como poderá ser eficaz quando precisa de usar a sua arma? De que adianta ter uma Glock 9mm, pistola topo de gama, se não a usa correcta e intuitivamente?

Desta vez, porém, os polícias reagiram de forma adequada. Ao invés de tolas manifestações de entrega de armas, puseram-se em campo e em pouco tempo capturaram o suspeito. Agora, espero que repensem a forma de agir. E não facilitem o risco.
Mas não se tornem o risco. Para os outros, para os cidadãos que com eles contam.

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