17.2.05

Correio


Ontem, na caixa do correio tinha uma carta daquelas que convencionou chamar-se de "infomail", apenas por preguiça em ser criativo com a língua portuguesa.
Sobrescrito branco com a referência legal a "infomail" e uma frase do tipo "sé não costuma votar leia esta carta" (esqueci-me do original em casa e estou a citar de cor".
Achei estranho que a Comissão Nacional de Eleições se dirigisse aos eleitores sem que no referido sobrescrito estivesse o seu símbolo identificativo e, curioso, abri-o e comecei a ler a "carta" sem a desdobrar.
Começava por me pedir que não deixasse de ler a carta. Que não interrompesse a leitura como o Presidente da República tinha interrompido o governo. Foi então que, irado, abri toda a extensão da folha para descobrir a assinatura de Pedro Santana Lopes.
Em lado algum estava o símbolo do PSD. Era uma "carta particular" do candidato. Ridícula. Completei a leitura, porque pressenti que hoje iria escrever sobre o tema, e fiquei estupefacto com o tom. Era o tom do coitadinha. Escrito, com todas as letras, estava a síndroma de Calimero. Não gostam de mim, coitadinho de mim, só porque sou diferente... se também tem este complexo vote em mim...
O que me chateia, é que esta manobra não é de todo inocente, e tem frutos. Não sei quantos, mas tem. Há que engula esta postura e se sinta solidário com PSL. Mas será assim tão difícil ver o embuste que aquele senhor é?

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