- Vem comigo.
- ... Não posso...
- Podes sim. Vem comigo.
- ...
- Amas-me?
- Mais que tudo.
- Então vem.
- Não posso... Deixar tudo o que tenho...
- O que importa isso? O que é isso?
- É o seguro. É o meu.
- Como podes ser tão egoísta? Se me amasses verdadeiramente não custava nada. E vinhas.
- Eu quero, mas...
- Tens medo?
- Não é medo, é...
- ... É uma pena. - com as lágrimas a correr cara abaixo ela partiu. Ombros caídos, mas decidida. Não podia perder a vida por causa de alguém que deturpa o amor.
- Mas, e o meu bairro? A minha terra? Os meus hábitos? Sim, não tenho emprego, não tenho família, não tenho... - ficou a falar sozinho, braços estendidos, palmas das mãos para fora.
Saiu da minha frente a abanar a cabeça, como se os seus argumentos facilmente contrariassem a posição dela. Como se sempre tivesse a razão do seu lado.
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