Morreu Irmã Lúcia, figura que alimentou aqueles que invoam para este pequeno país um dos mais fortes milagres da fé católica. Fátima cresceu à volta do "milagre" e o Papa ainda em exercício divulgou-o para além fronteiras de uma forma inquestionável.
Por todo o mundo os católicos já terão ouvido falar de Fátima, em Portugal.
Milagre ou embuste, é questão que a fé de cada um responderá. A última "testemunha" da aparição de Nª. Senhora faleceu e tal como viveu em recolhimento durante quase toda a sua existência, as sua exéquias estão previstas com sobriedade.
Há muito se deu a separação do Estado da Igreja. Pelo menos no papel. Porém, o aproveitamento político (sim, não é nada mais do que isso) que certos partidos fizeram deste óbito, cancelando actividades de campanha é algo de incrível. Do PP, ainda seria de esperar, atenta a sua posição marginal, à direita, conservador e tendencialmente católico. De um partido de massas, do centro, mas encostado à direita como o PSD, já não seria de esperar. Do PS, que se arroga como bandeira de esquerda, não obstante a sua posição central é totalmente inadmissível, paradoxal.
Finalmente, quanto ao luto nacional... qual foi o critério para o decretar? Não me recordo se quando a Amália morreu também foi decretado luto nacional. Se foi, então, percebo o critério: Fátima, Fado e Futebol. Quando chegar a hora de Eusébio (que esperemos venha longe), também teremos o diazinho de luto nacional.
Voltando à campanha, tenho que admitir que nunca me dediquei a ver tempos de antena, pois não acredito que os mesmos possam ser minimamente esclarecedores. Este ano, porém, e após uns amigos me terem dito que se tinham divertido a valer a vê-los na televisão, decidi espreitar.
Então não é que eles tinham razão? Há de tudo. Dos divertidos aos ridículos, dos ostensivamente ricos, aos pobres remediados filmados com a câmara digital caseira no jardim da rua ou frente a um pano, do discurso dogmático e utópico ao demagógico e surreal...
Vale a pena espreitar. Não que sirva para esclarecer alguém. Mas serve para demonstrar, pelo menos, a capacidade criativa. Com três minutos por partido, aquilo passa a correr.
E ao que ouvi, até vão subindo em audiências (eheheheheh)
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